quinta-feira, 27 de julho de 2017

Dor de amar

Silenciados por desgraça,
por negrume de uma vida menos esparsa,
mais desertos de ser, do que de sentir,
vivemos das ilusões que nos sonhámos,
que vislumbrámos em reencontros fugazes,
de lilases e  lírios confirmados,
saudosos das vivazes alegrias pressentidas,

Foram pinceladas de futuro,
num mar de memórias desfiadas,
contadas aos quatro cantos,
como se fossem mais prantos,
que alegrias vividas...

Quisemos assim viver ?
Talvez!
Mas, este padecer sem fim
não o imaginámos,
nem o porfiámos
nas nossas indeléveis marcas partilhadas,
num desejo premente de eternidade!...

Agora, resta a dor da ausência presente
numa perpétua amofinação
que a imaginação desconhecia.
Dói saber que foi, sem ser,
que acabou, sem começar,
que se silenciou, sem falar...
Eis a minha dor de amar!


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